No conto, Coelho Neto explorou numerosos temas fantásticos, em geral disfarçados de lendas orientais. Em “A casa ‘sem sono’”, ele aborda o tema do local inexplicável, mote mais rico que o do simples lar assombrado. Existe uma ruptura nas leis do real: mas, como? Por quê? O autor recorre à narrativa indireta, recurso típico do conto extraordinário em todas as literaturas.
A rua, em alameda, toda de prédios novos, com a montanha ao fundo, alta e frondosa, agradou-me logo de entrada.
Aprazível e quieta com seus jardins cuidados, fresca e trescalando docemente as silvas, realizava o meu ideal de serenidade bucólica: silêncio para o espírito e recreio para os olhos fatigados, como se achavam, dos rumores atordoantes da cidade da vista das avenidas e ruas, com o casario denso, sempre atravancadas de veículos e transeuntes.